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Dor (2018) 26
  Articulação do Psicodrama com a Musicoterapia na Intervenção da Dor Crónica no Centro Multidisciplinar Dor Beatriz Craveiro Lopes
Cristina Catana1, Alexandra Reis2 e Gil Henriques3
 Resumo
Os autores abordam a articulação do psicodrama com a musicoterapia, como um modelo psicoterapêutico importante, na intervenção do controlo da dor crónica. Esta prática psicoterapêutica potencia a expressão e consciencialização dos padrões emocionais, cognitivos, conflitos e conteúdos psíquicos associados à per- petuação da dor, visando a sua transformação e respetivo aumento do limiar de tolerância. Através da es- pontaneidade e da criatividade, no contexto grupal, a pessoa terá a possibilidade de ampliar o desenvolvi- mento dos vários papéis de vida, das inter-relações sociais e familiares, das novas e ativas estratégias de coping para o controlo dor crónica, no mundo de diversidade e de constante mudança.
Palavras-chave: Dor crónica. Musicoterapia. Psicodrama.
Abstract
The authors address the Psychodrama and Music Therapy articulation, as an important Psychotherapeutic Model, in interventions for Chronic Pain control. This psychotherapeutic practice enhances expression and awareness of the emotional, cognitive patterns, conflicts and psychic contents related to Pain, aiming its transformation and increase in the tolerance threshold. Through spontaneity and creativity, in the group context, the person is able to expand the development of the various roles of life, social and familiar inter- relations, new and active coping strategies for Chronic Pain control, in a world of diversity and constant change. (Dor. 2018;26(4):13-7)
Corresponding author: Cristina Catana, criscatana3@gmail.com
Key words: Chronic pain. Music therapy. Psychodrama.
Introdução
A Dor Crónica tem um impacto de impregna- ção global na vida da pessoa que dela padece: na vida emocional, psíquica, social, na psicomo- tricidade e linguagem.
A (con)vivência com a dor lança a pessoa para uma desorientação com a sua imagem cor-
1Assistente Principal de Psicologia
2Anestesiologista e Diretora
3Estagiário de Musicoterapia
Centro Multidisciplinar Dor Dra. Beatriz Craveiro Lopes Hospital Garcia de Orta
E-mail: criscatana3@gmail.com
poral: realidade individual e subjetiva. O corpo passa a ser lugar e agente de castração da qualidade de vida.
Para além da complexa realidade anatomofi- siológica, o corpo é um continente de signos, emoções, significados singulares e culturais. Transgredido pela dor, ele próprio, lugar de abri- go, transforma-se naquele incompreendido e estranho.
Se não é avaliada e tratada a dor, a tempo útil, a pessoa vulnerabiliza-se para as múltiplas con- sequências de dor total1, uma doença crónica global: limitação da funcionalidade e da dimen- são psicossocial; estreitamento do mundo so- cial, laboral, vivencial e ideativo.
Banalizar a dor é uma forma de exclusão e de subtração de um importante direito humano.
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