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Dor (2018) 26
 Abstract
Objectives: To evaluate the efficacy and safety of intra-articular BoNT-A in the treatment of pain and functio- nal disability related to osteoarthritis (OA) of the knee. Materials and methods: Patients referred to a PRM Department because of OA of the knee from January to March 2018 were evaluated for application of eligibi- lity criteria. Four groups were defined, 1 control group and 3 intervention groups (AH, PRP and BoNT-A). Patient allocation was done in a consecutive rotational manner following the aforementioned order. Severity of pain was assessed before and after injection by applying the numerical visual scale (VNS) and functional capacity assessed using the WOMAC index. Safety was assessed by the absence of complications related to the injection. These variables were evaluated pre-treatment, at 4 weeks, 3 and 6 months. For statistical analy- sis we used the program 25.0 (IBM Corp., released 2017. IBM SPSS Statistics for Windows, version 25.0, Ar- monk, NY, USA). Results: A total of 52 patients were included in the study and equally divided by 4 groups. Patients in the BoNT-A group tended to be older. The PRP group had a significantly higher number of men compared to the rest. Regarding pain and function relief, patients treated with HA showed significant impro- vement at 1 and 3 months and reduction of effect at 6 months. Those treated with PRP and BoNT-A had significant relief of pain and function at 1, 3 and 6 months, with the effect of BoNT-A being higher. Conclusions: This study demonstrates that the benefit of HA on pain and function diminishes at 6 months after injection, while PRP efficacy is more sustained in both parameters. These results are in accordance with literature. Intra-articular BoNT-A proved to be effective in knee OA with benefits lasting until 6 months after injection. The small sample size advises caution in the interpretation of these results. (Dor. 2018;26(2):31-37)
Corresponding author: Tiago Rodrigues Lopes, tlopes@chtmad.min-saude.pt
Key words: Osteoarthritis. Hyaluronic acid. Platelet-Rich Plasma. Botulinum toxin.
Introdução
A osteoartrose (OA) é a forma mais prevalen- te de doença reumática em humanos. Estima-se que 18% das mulheres e 10% dos homens aci- ma dos 60 anos tenham OA sintomática e que mais de 50% da população acima dos 65 anos tenha evidência radiográfica de OA1. Do ponto de vista fisiopatológico, a OA é uma doença crónica e degenerativa caraterizada pela dege- nerescência da cartilagem articular e osteofito- se, implicando habitualmente um quadro clínico de dor, edema e limitação das amplitudes arti- culares, com impacto funcional e na qualidade de vida2. O envelhecimento da população e a prevalência na população idosa tornam a gestão clínica da OA um desafio. A abordagem inicial preconizada é conservadora e inclui repouso, perda ponderal, ortóteses, fisioterapia, exercício terapêutico e intervenções farmacológicas 3. A abordagem conservadora, incluindo a fisiotera- pia, é frequentemente eficaz mas também mui- tas vezes insuficiente4,5. Por outro lado, as inter- venções cirúrgicas, tais como a artroclise e a artroplastia nem sempre são desejáveis e segu- ramente não estão isentas de riscos. Nestas si- tuações, as injeções intra-articulares (IA) podem ser o último recurso não cirúrgico e potencial- mente eficaz no tratamento da OA do joelho. Embora a OA seja geralmente considerada uma patologia articular degenerativa, há evidências de que uma inflamação de baixo grau ocorre em algumas fases da doença6, fornecendo uma jus- tificação sólida para a utilização de vários agen- tes anti-inflamatórios, que atuam por uma varie-
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cascata inflamatória e imunológica, no tratamen-
to da OA do joelho há mais de 50 anos7. Existem
atualmente algumas opções terapêuticas no-
meadamente as injeções com corticosteroides
(CS) e ácido hialurónico (AH), e mais recente-
mente o plasma rico em plaquetas (PRP). As
injeções de CS podem proporcionar um alívio,
geralmente de curta duração, na OA do joelho,
mas os efeitos laterais e sistémicos resultantes
da sua utilização não são desprezíveis. O AH
IA exerce o seu mecanismo de ação por um
efeito de viscossuplementação mecânica da ar-
3
ticulação , nomeadamente na lubrificação e ab-
sorção de choque, e pelo restabelecimento da
homeostasia articular por induzir a produção
endógena de AH, que continua por um longo
período após a saída da injeção exógena da
8
articulação . Uma revisão sistemática recente
demonstrou uma eficácia ligeira embora signifi- cativa do AH IA na dor da OA do joelho às quatro semanas, com pico na oitava semana e
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benefício residual às 24 semanas . O efeito do
AH IA parece depender do peso molecular (PM),
10 com o AH de maior PM a ser mais eficiente . O
PRP é uma terapia biológica que tem gerado um interesse crescente nos últimos anos como pos- sível modificador da biologia da cartilagem7. A libertação dos fatores de crescimento como o VEGF, PDGF, TGF-b, entre outros, quando as plaquetas são ativadas em contacto com a membrana basal dos tecidos, confere ao PRP potencial para induzir a cicatrização e rege- neração tecidual11. A toxina botulínica tipo A (BoNT-A) é uma neurotoxina potente produzida pela bactéria Clostridium botulinum. A BoNT-A bloqueia a neurotransmissão através da proteó-
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