Page 13 - APED 2018 N1
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Dor (2018) 26
 Tabela 1. Proposta de critérios a ser avaliados na suspeita de DNC-AVC
  Critérios Comentários
  1. Exclusão de outras causas de dor
2. Dor com distribuição neuroanatómica plausível
3. História sugestiva de AVC
4. Demonstração de distribuição neuroanatómica através de exame neurológico
5. Demonstração da lesão vascular por técnicas de imagem
DNC-AVC possível: critérios 1 + 2 + 3. DNC-AVC provável critérios 1 + 2 + 3 + 4 ou 5. DNC-AVC definitivo: critérios 1-5.
– Sem outras causas aparentes de dor
– Sem relação com movimentos, inflamação ou outro dano
tecidular
– Descreve a dor como queimadura, dor fria ou choque
elétrico
– Dor com localização unilateral, correspondente à área de lesão cerebrovascular
– Início súbito de sintomas neurológicos, com dor de início após este evento.
– Sinais sensitivos positivos e/ou negativos e dor com a mesma localização anatómica
– Visualização por TC ou RM de lesão que pode explicar a distribuição dos achados sensoriais
  AVC: acidente vascular cerebral; DNC-AVC: dor central após acidente vascular cerebral; RM: ressonância magnética; TC: tomografia
computorizada.
4 Adaptado de Diagnosis, Prevalence, Characteristics, and Treatment of Central Poststroke Pain. IASP 2015 .
 Tabela 2. Sintomas negativos e positivos por disfunção do sistema nervoso
  Sintomas negativos Sintomas positivos
  Motor
  Paresia Mioquimia Paralisia Fasciculações
Distonia
  Sensitivo
  Hipostesia Hipoalgesia Anósmia Amaurose Surdez
Paraestesia Disestesia Alodinia Hiperestesia Dor Acufenos
  Autónomo
  Vasodilatação Hipo/Anidrose Défice de piloereção
Vasoconstrição Hiper-hidrose Piloereção
   Adaptado de Serra J, Acta Neurol Scand. 1999;109 (supl 173).
alterações sensitivas «positivas» e «negativas» (Tabela 2). A hiperalgesia, disestesia e alodinia tátil e térmica ao frio são frequentes no exame objetivo4. Os fatores de agravamento podem ser estímulos internos, como o stress e emoções, ou externos, como o toque e o frio16.
Outras síndromes dolorosas
Muitas vezes coexistem outras síndromes do- lorosas além da DNC-AVC. Os quadros álgicos mais frequentes são a dor musculoesquelética
10 (40%), omalgia do doente hemiplégico (20%),
síndrome dolorosa regional complexa (SDRC) (10%), cefaleia (10%) e espasticidade (7%)12.
Exames complementares de diagnóstico
Além dos critérios clínicos, e de acordo com os critérios de diagnóstico propostos, é im- portante a visualização da lesão vascular nas vias somatossensorias (incluindo tálamo e pro- jeções talamocorticais) por tomografia computo- rizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM) ou das alterações da via espinotalâmica por RM com tratografia17. Os estudos PET mostram
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