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N. Geraldes, S. Abreu: Epidemiologia da Dor Crónica Pediátrica em Portugal – Revisão Sistemática Da Literatura  Tabela 1. Sumário dos artigos portugueses que determinam a prevalência da dor crónica na população pediátrica: Prevalência ee dor crónica não específica e Prevalência da dor crónica por causa ou localização  Artigo Tipo de População Localidade estudo Amostra Prevalência (n) de dor crónica não específica Prevalência da dor Definições crónica por causa ou localização    Reigota, Transversal 201520 Andias, Experimental 201521 Randomizado e controlado Silva, Transversal 201722 Silva, Transversal et al., 201723 Estudantes do 9.o ano de quatro escolas da Covilhã, com idades entre os 14 e 18 anos (média 14,6) Estudantes do ensino secundário da Escola Secundária Dr. João Celestino Gomes, no ano letivo 2014/2015 Estudantes do agrupamento de escolas da Azambuja entre o 6.o e o 12.o ano de escolaridade e com idades entre os 11 e 19 anos Estudantes do 7.o ao 12.o ano do concelho de Ílhavo, com idades entre 13 e 19 anos Covilhã 182 53/182 = 29,1% Ílhavo 149 NR/A Azam- 241 80/241 buja = 33,2% Ílhavo 969 735/969 = 75,9% DC numa única localização: 13/182 = 7,1% DC com múltipla localização: 40/182 = 22,0% 51/149 = 34,2% Cabeça: 58/80 = 72,5% Costas: 37/80 = 46,3% Abdominal: 33/80 = 41,3% Membros: 32/80 = 40% Pescoço: 246/969 = 25,4% Ombros: 220/969 = 22,7% Cotovelo: 38/969 = 3,9% Mão/punho: 178/969 = 18,4% Dorsal: 165/969 = 17,0% Lombar: 255/969 = 26,3% Anca: 150/969 = 15,5% Joelho: 278/969 = 28, 7% Pé/tornozelo: 234/969 = 24,1% Dor multilocalizada: 282/969 = 29,1% DC: dor com duração superior a três meses DC intensa: dor com duração superior a três meses, frequência semanal e intensidade superior a 5 na escala visual analógica Dor cervical idiopática há mais de três meses, não relacionada com qualquer patologia ou lesão conhecida, sentida pelo menos uma vez por semana e entre a linha superior da nuca e uma linha horizontal a passar pela apófise espinhosa de T1 DC: dor com duração superior a três meses DC: dor que ocorreu pelo menos uma vez por semana durante os últimos três meses        DC: dor crónica; NR/A: não referido/aplicável. dos médicos sobre a DC pediátrica. Vasconce- los45 mostrou que os médicos subestimam a prevalência da DC pediátrica. De facto, 27,2 e 45,5% referem nunca ter encontrado uma crian- ça com DC e nunca ter tratado crianças com DC, respetivamente. Assim sendo, é de notar a divergência entre os resultados de estudos que indicam pela parte dos utentes uma elevada procura de cuidados de saúde e significativa recorrência a fármacos para alívio da DC20,22 e um estudo que mostra que muitos médicos não detetam nem tratam DC em crianças45. Esta as- sociação leva a pensar que esta medicação to- mada pelos adolescentes inclui uma elevada proporção de automedicações sem a correspon- dente vigilância médica e negligenciando a abordagem multidimensional. Quanto à localização da dor, no estudo de Silva22 e de Silva, et al.23, os achados são con- cordantes com os artigos internacionais, sendo a dor de cabeça – 72,5%22 – e costas – 46,3%22; 43,3%23 – as mais prevalentes. No que diz respeito à dor com localização múltipla, Reigota20 e Silva, et al.23 estimaram pre- valências de 22,0% (40/182) e 29,1% (282/969), respetivamente, valores mais elevados que nos estudos de Iversen, et al.25 e de Norris, et al.32. Mais uma vez, podemos observar que no estudo 23  DOR 


































































































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