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so de marcação e somente um médico com competência em acupuntura, bem como limita- ções temporais, impossibilitou o controlo destas variáveis e a seleção de mais doentes. Porém, o facto de ser sempre a mesma pessoa a efetuar o procedimento introduz uniformidade à aplica- ção da técnica aos diferentes doentes e em to- das as sessões. Ainda que todas as escalas usadas estejam validadas para a língua e cultura portuguesas, verificou-se que uma grande parte dos doentes teve dificuldade em compreender e responder às questões incluídas em cada um dos instru- mentos usados. É de salientar que esta dificul- dade foi transversal a todos os graus de esco- laridade e idades. Além disso, a tendência dos doentes a responder o que acham que é expe- tável socialmente poderá introduzir um viés de desejabilidade social. No que respeita à avaliação da eficácia da acupuntura no controlo da dor crónica, em Por- tugal, o nosso estudo é pioneiro. O facto de ser prospetivo tem a vantagem de fazer uma medi- ção das variáveis de interesse de um modo mais preciso, sem ter de recorrer à memória a longo prazo dos participantes. Adicionalmente, a apli- cação de várias ferramentas de medição, na avaliação da dor e qualidade de vida, tornou possível a verificação de coerência entre os pa- râmetros analisados. Esperamos que este trabalho possa contribuir para chamar a atenção para as mais-valias do recurso à acupuntura como terapia complemen- tar no âmbito da dor crónica, para além de for- necer informações relevantes na orientação de estudos futuros. Conclusão Nas últimas décadas, a prática e a aceitação da acupuntura na comunidade médica têm vin- do a aumentar. No entanto, ainda existe algum preconceito na sua total integração nos cuida- dos de saúde. Na Unidade de Dor do CHP, a acupuntura é usada como terapia adjuvante no controlo da dor crónica. Os resultados deste estudo vêm confirmar que, efetivamente, esta terapia com- plementar apresenta efeitos analgésicos, com repercussões importantes ao nível do estado funcional e da qualidade de vida dos doentes. A maioria das patologias com indicação para acupuntura pode ser tratada com 6-12 sessões sucessivas. Porém, idealmente, os doentes com dor crónica poderiam fazer sessões periodica- mente, de modo a manter os benefícios do tra- tamento a longo prazo48. Assim, um maior núme- ro de sessões poderia ter eliminado algumas variações dos efeitos da acupuntura detetadas entre T7 e T8. Esta abordagem deveria ser veri- ficada em estudos futuros. Este estudo vem confirmar as dificuldades inerentes à conceção de estudos para avaliação A. Azevedo, et al.: Acupuntura no Tratamento da Dor Crónica da eficácia da acupuntura no controlo da dor10,49,50. No futuro, será necessário estabele- cer, com rigor, critérios de seleção dos partici- pantes, tipo de patologia a tratar e instrumentos de medição a usar, bem como decidir a inclusão e tipo de grupo de controlo. Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer ao Dr. As- drúbal Pinto, pelo interesse e disponibilidade demonstrados, facilitando o contacto com os doentes para a realização dos questionários e recolha de dados. Bibliografia 1. Merskey H, Bogduk N. Classifications of chronic pain: Description of chronic pain syndromes and definition of pain terms. Revised Second ed: IASP Press; 1994. 2. Watkins E, Wollan PC, Melton LJ, 3rd, Yawn BP. Silent pain sufferers. Mayo Clin Proc. 2006;81(2):167-71. 3. Azevedo LF, Costa-Pereira A, Mendonca L, Dias CC, Castro-Lopes JM. Epidemiology of chronic pain: a population-based nationwide study on its prevalence, characteristics and associated disability in Portugal. J Pain. 2012;13(8):773-83. Epub 2012/08/04. 4. 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