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Tabela 4. Evolução comparativa da intensidade da dor, medida pela VNS, aos primeiro, terceiro e sexto meses após o procedimento, face à dor basal
T. Rodrigues, et al.: Eficácia da BoNT-A na OA do Joelho
   VNS 0
VNS 0 vs. 1 VNS 0 vs. 3 VNS 0 vs. 6
Placebo (n = 13)
7,69 ± 1,653 6,54 ± 1,941 6,98 ± 1,912 7,15 ± 1,004
AH (n = 13)
7,08 ± 1,5 5 ± 2,67
4,15 ± 2,3 6,38 ± 1,9
p
0,002 0,000 0,095
PRP (n = 13)
7,15 ± 1,625 4,15 ± 1,519 4,46 ± 2,106 5,31 ± 2,658
p
0,000 0,001 0,010
BoNT-A (n = 13)
7,85 ± 1,07 2,46 ± 2,22 2,62 ± 2,5 4,46 ± 2,2
p
0,000 0,000 0,000
 AH: ácido hialurónico; PRP: plasma rico em plaquetas; BoNT-A: toxina botulínica tipo A; WOMAC: Western Ontario.
Tabela 5. Evolução comparativa da funcionalidade, medida pela WOMAC, aos primeiro, terceiro e sexto meses após o procedimento, face ao nível de funcionalidade basal
    WOMAC 0 WOMAC 0 vs. 1 WOMAC 0 vs. 3 WOMAC 0 vs. 6
Placebo (n = 13)
53,92 ± 22,130 56 ± 16,284 55 ± 13,879 62 ± 9,364
AH (n = 13)
63,23 ± 12,484 37 ± 22,85
37,23 ± 21,503 53,54 ± 21,046
p
0,001 0,001 0,091
PRP (n = 13)
58,77 ± 16,779 32,08 ± 17,007 40,31 ± 19,682 44,15 ± 22,967
p
0,000 0,003 0,009
BoNT-A (n = 13)
62,92 ± 13,29 32,46 ± 15,76
33 ± 16,289 37,92 ± 16,97
p
0,000 0,000 0,001
 AH: ácido hialurónico; PRP: plasma rico em plaquetas; BoNT-A: toxina botulínica tipo A; WOMAC: Western Ontario.
 como o AH e o PRP, e estudar por comparação o efeito da BoNT-A IA na mesma população. No nosso estudo observamos que os doentes com OA do joelho classificada radiograficamente como Kellgren-Lawrence grau II-III apresentam, em média, uma dor moderada a grave (VNS > 7). A injeção de AH IA associou-se com uma melhora no controlo da dor e funcionalidade que se prolongou até ao terceiro mês após o proce- dimento, com redução posterior da magnitude do efeito e sem evidência de superioridade ao sexto mês. Vários estudos reportaram uma redu- ção da concentração e peso molecular do AH endógeno no líquido sinovial dos joelhos com OA numa magnitude de 33-50%22. O pressupos- to teórico da viscossuplementação com AH é a melhora da elasticidade da cartilagem e da vis- cosidade do líquido sinovial com consequentes ganhos em termos de lubrificação e capacidade de absorção de choque/carga, podendo ainda atuar na inibição de vias inflamatórias e fenóme- nos de nocicepção local23,24. Conforme a litera- tura tem vindo a demonstrar, o efeito do AH no controlo da dor e função é variável e não será tão sustentado quanto os estudos inicialmente referiam. O wash-out articular e o ambiente in- flamatório IA, rico em metaloproteinases da ma- triz (MMP) e citocinas inflamatórias, podem con- tribuir para uma degradação acelerada do AH exógeno, limitando a duração do seu efeito. Os estudos têm vindo a demonstrar um efeito maior e mais duradouro com o uso do PRP IA25. No nosso estudo, o PRP IA demonstrou uma melho-
ra significativa no controlo da dor e função du- rante todo o tempo de estudo. O PRP é um produto biológico com interesse na medicina regenerativa pelo seu potencial em modular a evolução das lesões musculoesqueléticas26-28. A sua eficácia relaciona-se com uma libertação suprafisiológica de fatores de crescimento con- tidos nos grânulos α-plaquetários, os quais esti- mulam processos de proliferação e regeneração tecidular e, simultaneamente, indução de uma resposta anti-inflamatória26,29. O efeito concerta- do no alívio da inflamação e resposta regenera- tiva pode justificar o efeito superior obtido com o PRP IA. Apesar de, classicamente, a utilidade da BoNT-A ser o tratamento da espasticidade e outras formas de hipertonia muscular, esta tem sido estudada como uma alternativa no trata- mento da OA do joelho12. A observação casual de que os doentes tratados com BoNT-A repor- tavam com frequência alívio da dor fez com que se considerasse a hipótese da sua utilidade para o tratamento da dor refratária de origem articular12,30. Vários estudos foram realizados, tendo realçado o efeito positivo da BoNT-A IA em baixa dose13 no controlo da dor e melhora funcional dos doentes com OA, tanto em aplica- ção única13 como repetida31. No seguimento destes estudos, avaliamos a eficácia da BoNT-A IA em baixa dose (100 U) e em injeção única, e os nossos resultados corroboram o efeito positi- vo previamente demonstrado da BoNT-A IA no tratamento da OA do joelho. Em comparação com os restantes grupos, observámos um efeito
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DOR
























































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