Page 18 - APED 2018 N1
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J. Sousa Correia, et al.: Bloqueio do Gânglio Ímpar em Dor Oncológica
 copic control, with local anaesthetic and corticoid. Neurolitic block was performed under fluoroscopic gui- dance. The technique was performed by the same anaesthetist with pain management competence. Statisti- cal analysis: Microsoft Excel 2013® and IBM SPSS Statistics version 22.0. Results: 15 patients were included. 1 patient was excluded. A statistical significant basal pain score reduction was observed [median of the numerical verbal scale (NVS) 7 (p25 = 7; p75 = 8)] compared to 72 hours [median NVS 4 (p25 = 3; p75 = 5.3)] p = 0.001, and 3 months [median NVS 4 (p25 = 3, p75 = 7)] p = 0.003, after the procedure. Discussion/Conclu- sion: GIB is a safe and easy to perform technique achieving satisfactory and statistically significant results, regarding pain control improvement in patients which meet selection criteria. Prospective, randomized, stu- dies with more patients are needed for further conclusions. (Dor. 2018;26(1):14-8)
Corresponding author: Joana Sousa Correia, joanassousacorreia@gmail.com
Key words: Ganglion impar block. Walters’ block. Pelvic cancer pain. Perineal cancer pain.
Introdução
A dor associada a neoplasias pode ser de
origem somática, visceral ou neuropática. No
momento do diagnóstico, até 50% dos doentes
podem apresentar uma mistura de vários tipos
1
de dor . As estruturas viscerais invadidas ou
distendidas provocam dor difusa com localiza- ção imprecisa.
Habitualmente, estes doentes são medicados
segundo a escada analgésica da dor da Orga-
nização Mundial da Saúde (OMS) com anti-infla-
matórios não esteroides (AINE), opioides e ad-
2
juvantes . Os bloqueios de gânglios simpáticos
3 podem ser eficazes no controlo da dor visceral .
Estes podem ajudar a reduzir consideravelmen- te a dor, mas raramente a conseguem eliminar pelos diferentes componentes (somáticos, visce- ral e neuropático) que contribuem para a perce-
4 ção global de dor .
A dor visceral transmitida por fibras simpáti- cas de origem pélvica e perineal pode ser trata- da com o bloqueio do gânglio ímpar (BGI) ou de Walter (períneo, vulva, vagina distal, uretra dis- tal, escroto, reto distal) de forma simples e efi- caz3. Este bloqueio foi inicialmente descrito por Plancarte, et al. no contexto de doentes oncoló- gicos5.
Os objetivos deste estudo visam avaliar a efi- cácia, segurança e simplicidade da execução do BGI em doentes com dor oncológica pélvica e perineal e a importância da seleção adequada de doentes, para melhoria dos resultados.
Material e métodos
Estudo retrospetivo, unicêntrico, realizado en- tre janeiro de 2016 e agosto de 2017. Foram in- cluídos doentes com neoplasias localizadas nas áreas de inervação simpática do gânglio ímpar (GI) que apresentavam dor oncológica pélvica não-controlada com a terapêutica instituída ou efeitos laterais do uso de opioides. Foram consi- derados os seguintes critérios de exclusão: alte- rações da coagulação, infeção local, invasão local do sacro, realização de radioterapia ou
quimioterapia nas quatro semanas prévias ao procedimento e recusa do doente (Tabela 1). Todos os procedimentos foram realizados em regime de ambulatório, com consentimento in- formado.
Neste estudo foram realizados dois tipos de BGI, prognóstico e neurolítico, pelo mesmo anes- tesista com equivalência em medicina da dor.
O BGI prognóstico foi realizado sob controlo fluoroscópico ou ecográfico, tendo sido adminis- trados 3 a 5 ml de ropivacaína 5 mg/ml e 40 mg de metilprednisolona. Este foi considerado útil quando o controlo da dor foi superior a 30%. Na presença de BGI prognóstico positivo procedeu- -se à realização do BGI neurolítico, no bloco operatório, sob controlo fluoroscópico e monito- rização standard da American Society of Anes- thesiologists (ASA) (Tabela 2).
Todos os doentes foram contactados pela equipa de enfermagem, após a realização do BGI, em três momentos: às 24 horas, para dete- tar eventuais efeitos laterais; às 72 horas e aos três meses para avaliação da dor, segundo a escala verbal numérica (EVN), e definir uma es- tratégia terapêutica, se necessário.
A análise estatística foi realizada com recurso ao Microsoft Excel 2013® e IBM SPSS Statistics versão 22.0®.
Resultados
De um total de 15 doentes submetidos ao BGI foi exc-luído um, pois não foi possível a realiza- ção do BGI neurolítico, embora tenha sido pos- sível e positiva a realização do bloqueio prog- nóstico, o que corresponde a uma percentagem de 6,7% do total de casos.
A análise dos dados demográficos revelou
uma média de idades de 58 anos (desvio-pa-
drão [DP] = 8,6) e uma predominância do géne-
ro masculino, 60% (Tabela 3). Os doentes apre- sentavam os seguintes diagnósticos: carcinoma
da próstata (três doentes); carcinoma do reto
(sete doentes); carcinoma da vulva (um doente); carcinoma da vagina (um doente); carcinoma da 15
DOR




























































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