Page 8 - Atlas da Dor
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TERESA VAZ PATTO > Editora do Atlas da Dor – Unidades e Consultas em Portugal (edição de 2019) > Membro da Assembleia-Geral da APED > Coordenadora da Unidade Multidisciplinar de Dor Crónica do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central/Hospital de Santo António dos Capuchos PREFÁCIO Quando, em 2002, surgiu o primeiro inventário das Unidades de Dor existentes em Portugal, talvez nem todos nos tivéssemos apercebido da importância desse notável projeto. Foi o início de uma estruturação, dando visibilidade ao trabalho que diversos profissionais de saúde estavam a desenvolver em todo o país no âmbito da melhoria do tratamento da dor crónica. Passaram-se muitos anos e o número de pessoas com dor crónica continua em crescimento, representando perto de 37% da população no nosso país. Torna-se evidente a importância da exposição do muito que temos construído e crescido, bem como a necessidade de um meio facilitador da comunicação, da partilha e da interação entre todos os que trabalham nesta área. Foi com muito orgulho que, ao fazermos o levan- tamento de todas as Estruturas Organizadas para o Tratamento da Dor Crónica existentes atualmente, sejam elas Consultas, Unidades ou Centros, nos depa- rámos com um aumento significativo do seu número. Estamos conscientes das dificuldades e problemas que se colocam diariamente a todas estas equipas. Será que aumentou a sensibilidade para o trata- mento da dor crónica em Portugal? Estaremos a dar a visibilidade adequada ao impacto cada vez maior que a dor tem na sociedade? Qual o papel das Unidades e Consultas de Dor e dos seus profissionais de saúde na sensibilização para a mudança de hábitos e estilos de vida preventivos da dor? Como podemos capacitar-nos para dar uma resposta mais efetiva ao tratamento da dor nas suas diversas dimensões? Estas são algumas das questões que colocamos a nós próprios diaria- mente e que funcionam como o motor que mantém a nossa perseverança quanto ao desenvolvimento do tratamento da dor crónica em Portugal. A desafiante gestão de recursos e a dimensão de algumas Unidades de Dor levam a que muitas vezes se mantenham abertas pelo puro esforço, empenho e espírito de missão dos profissionais de saúde que nelas trabalham. Este Atlas da Dor evidencia que esse espírito se mantém e cada dia é mais forte. Chamámos- -lhe ATLAS porque um atlas é um livro que elucida um texto com ilustrações, mas ATLAS é também o nome da primeira vértebra. Tratar a dor crónica não é uma tarefa fácil! Hoje, mais do que nunca, temos consciência de que o tratamento da dor exige uma equipa multidisciplinar, na qual um dos elementos centrais é o próprio doente, o que em nada simplifica o processo ou a taxa de sucesso do tratamento. A dor crónica surge cada vez mais cedo, fruto do sedentarismo, da obesidade, das más posturas ou da falta de exercício físico. É necessário mudar hábitos de vida, com uma intervenção formativa e de sensibilização transversal na 8 


































































































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